quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

REFLEXÕES SOBRE O "PESCAR".


No exato momento em que estamos dando o “pontapé inicial” para os preparativos da pescaria deste ano, resolvi escrever sobre o “pescar”.

Meu caro pescador: porque pescamos? Porque gostamos de pescar?

Pense bem.
Imagine você contando para um grupo de pessoas, NÃO PESCADORES (eu já passei por isso...), como é a pescaria amazônica:

“- Então... Acordo por volta das 5hs. Tomo um banho (frio), um café da manha mais ou menos.
E água.
Sob um calor e umidade que não podem ser explicados aos paulistas em geral.
Navegamos em um barquinho desconfortável e barulhento por uns 30 minutos e paramos em algum lugar deserto.
Aí, é só arremessar a isca artificial por vezes sem conta até que, com alguma sorte, um peixe morde a isca, proporcionando uns 5 minutos de luta.
Tudo isso, duas vezes por dia, por uns 5 dias seguidos!

(Nesse momento, faça uma pausa e observe o olhar de espanto dos ouvintes.
Ninguém acredita que isso possa ser bom...)

Rapaz... Não é esquisitão isso?

Mas, ninguém que se diga pescador poderá dizer que isso é ruim.

Imagino o seguinte: na idade da pedra, algum antepassado nosso percebeu que, nas águas, viviam uns bichos meio estranhos, escorregadios, difíceis de serem capturados mas que eram bons para comer!

A partir daí, começou uma revolução.
Pra pegar os bichinhos, que ganharam o nome genérico de “peixes”, inventaram redes, varas, anzóis, canoas e etc.
O nosso cavernícola predileto, passou a sair todo dia de sua caverna, com seu tacape e sua vara de pescar, a fim de prover a subsistência da mulher e da prole, com um gostoso tucunaré preparado “à Cro-Magnon” ou “à Neandertal”.

Quando voltava da pescaria, passava a contar aos filhotes e aos vizinhos, que o “maior escapou”, o que gerava certo mal estar, dada a descrença pública.
Como ele pescava em um rio caudaloso e com quedas-d´água, passou, nosso amigo pré-histórico, a ser chamado de “cascateiro”, apelido que, até hoje, persegue os pescadores.

Assim, pescar, é uma forma moderna de nos conectarmos ao nosso australopithecus interior!
Enquanto estamos pescando, com relativo conforto e segurança, temos uma ideia do que os nossos antepassados passavam, quando tinham que pegar um peixe para alimentar a família.

Pescar, portanto, nada mais é do que voltar as nossas raízes, olhar para o nosso íntimo e pensar: EU SOU UM HOMEM DAS CAVERNAS!!!!
(Nesse momento, pode rosnar)

E é por isso que os pescadores, durante o período da pescaria, não fazem barba.

Tenho dito.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

COMENTE COM MODERAÇÃO.
SENÃO, SERÁ CENSURADO.
ATENÇÃO: SE NÃO ESTIVER CONSEGUINDO POSTAR SEU COMENTÁRIO, EXPERIMENTE, NA CAIXA "COMENTAR COMO", LOGO ABAIXO, MARCAR "ANÔNIMO". MAS NÃO ESQUEÇA DE ASSINAR SEU COMENTÁRIO.