No exato momento em que estamos dando o “pontapé inicial”
para os preparativos da pescaria deste ano, resolvi escrever sobre o “pescar”.
Meu caro pescador: porque pescamos? Porque gostamos
de pescar?
Pense bem.
Imagine você contando para um grupo de pessoas, NÃO PESCADORES (eu já passei
por isso...), como é a pescaria amazônica:
“- Então... Acordo por volta das 5hs. Tomo um banho (frio),
um café da manha mais ou menos.
E água.
Sob um calor e umidade que não podem ser explicados aos
paulistas em geral.
Navegamos em um barquinho desconfortável e barulhento por
uns 30 minutos e paramos em algum lugar deserto.
Aí, é só arremessar a isca artificial por vezes sem conta até
que, com alguma sorte, um peixe morde a isca, proporcionando uns 5 minutos de
luta.
Tudo isso, duas vezes por dia, por uns 5 dias seguidos!”
(Nesse momento, faça uma pausa e observe o olhar de espanto
dos ouvintes.
Ninguém acredita que isso possa ser bom...)
Rapaz... Não é esquisitão isso?
Mas, ninguém que se diga pescador poderá dizer que isso é
ruim.
Imagino o seguinte: na idade da pedra, algum antepassado
nosso percebeu que, nas águas, viviam uns bichos meio estranhos, escorregadios,
difíceis de serem capturados mas que eram bons para comer!
A partir daí, começou uma revolução.
Pra pegar os bichinhos, que ganharam o nome genérico de “peixes”,
inventaram redes, varas, anzóis, canoas e etc.
O nosso cavernícola predileto, passou a sair todo dia de sua
caverna, com seu tacape e sua vara de pescar, a fim de prover a subsistência da
mulher e da prole, com um gostoso tucunaré preparado “à Cro-Magnon” ou “à
Neandertal”.
Quando voltava da pescaria, passava a contar aos filhotes e aos
vizinhos, que o “maior escapou”, o que gerava certo mal estar, dada a descrença
pública.
Como ele pescava em um rio caudaloso e com quedas-d´água,
passou, nosso amigo pré-histórico, a ser chamado de “cascateiro”, apelido que,
até hoje, persegue os pescadores.
Assim, pescar, é uma forma moderna de nos conectarmos ao
nosso australopithecus interior!
Enquanto estamos pescando, com relativo conforto e
segurança, temos uma ideia do que os nossos antepassados passavam, quando
tinham que pegar um peixe para alimentar a família.
Pescar, portanto, nada mais é do que voltar as nossas raízes,
olhar para o nosso íntimo e pensar: EU SOU UM HOMEM DAS CAVERNAS!!!!
(Nesse momento, pode rosnar)
E é por isso que os pescadores, durante o período da pescaria,
não fazem barba.
Tenho dito.
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