ALÉM DAS ÁGUAS

(Fiquei na dúvida se devia colocar este post neste blog o no meu outro - http://audaciosamenteindo.blogspot.com.br/.

Aqui, falo de pescarias. Lá, entre outras coisas, de livros.

Como este é um livro sobre águas, escrito por um pescador, achei que deveria ficar aqui.)

Confesso já ter tido minha fase “esotérica”.

Mas isso foi há muuuuuito tempo...

Hoje em dia, pra mim, se não der pra pegar, cheirar, ouvir, pesar, não existe.

Como bom agnóstico, depois de ter visto tanta coisa ruim nessa vidinha, acredito que, se Deus existe, está preocupado demais com alguma outra coisa pra ficar olhando pra este mundinho que ele teria criado...

Mas, obviamente, não critico quem acredita em alguma coisa.

Até porque, como disse o matemático (acho que foi Pascal), “É melhor acreditar em Deus. Se ele não existir, não perco nada. E se existir, garanto meu lugar no céu...”, ou algo parecido com isso.

Cínico, não?

Bom, tudo isso só pra criar polêmica e para falar do livro “Além dos Rios” (Ed. Tag & Line - 2009), escrito pelo amigo e pescador ANTONINHO ROSSINI.

O Rossini já tinha me prometido o livro há umas duas pescarias.

E neste ano, ganhei, com uma bonita dedicatória.

No livro, o Rossini conta as aventuras de ALADIR MURTA, um cara que desde o ano 2.000, navega pelas águas do norte do Brasil, em uma canoinha, levando consigo tão somente o mínimo necessário para viver.

O cara é altamente “espiritualizado” (e o Rossini também. Já vi o Rossini abraçar árvores, dançar com folhas na mão, fazer “anjo” na areia, bater papos com tucunarés..), vendo manifestações do “oculto” em tudo que o cerca.

Como disse, não sou exatamente um “crente”.

Mas o livro, sem dúvida, é curioso, bem escrito e bonito.

Trata da aventura do Aladir, como se fosse coisa corriqueira, sendo mais importante o HOMEM que a aventura.

Até concordo com isso.

E como o Rossini, um dia, vai escrever o livro de nossas aventuras de pescarias amazônicas, peço um favor.

Quando escrever, caro Rossini, comece o livro de nossas pescarias com uma frase do seu livro sobre o Aladir:

“Esse Brasil de rios e matas é muito extenso. 

Sua vastidão chega a assombrar marinheiros de primeira viagem tais são as transmutações e metamorfoses que ocorrem de repente.”

Perfeito.

Abraços, meu amigo, e obrigado pelo livro.

E se você não acreditou, 

taí o Rossini 

fazendo suas "pajelanças" 

com umas folhinhas!!!